Sonda orbita planeta desde 18 de março. Dados ajudam cientistas a entender Mercúrio. 

A sonda Messenger, primeira da história a entrar na órbita de Mercúrio, enviou um lote inicial com cerca de 20 mil imagens. Suas fotografias são as mais precisas já feitas do planeta. A nave está girando em torno do planeta desde 18 de março desse ano e levou seis anos para chegar até lá. Com o novo material, algumas teorias foram confirmadas, mas também houve surpresas para os astrônomos.

Medições da composição química da superfície oferecem explicações para a origem do planeta e sua história geológica. Mapas da topografia e do campo magnético dão novas ferramentas para a compreensão dos processos dinâmicos em seu interior.

Mercúrio fotografado pela sonda Messenger (Foto: Messenger / NASA)

Na superfície do planeta mais próximo ao Sol, depósitos no fundo de crateras chamaram a atenção dos pesquisadores. A análise das imagens os levou à conclusão de que esses depósitos são grupos de buracos irregulares, com tamanho de centenas de metros, ou até mesmo de alguns quilômetros. "A aparência recortada dessas formações não se parece com nada que tenhamos visto antes em Mercúrio ou na Lua", disse Brett Denevi, membro da equipe responsável pelas imagens.

Cratera Degas, formada por um impacto contra a superfície de Mercúrio (Foto: Messenger / NASA)

Os cientistas perceberam ainda que a superfície do planeta não é dominada por rochas ricas em feldspato – ao contrário do que acontece na Lua. Outra característica da composição química da superfície é a grande quantidade de enxofre – o que sugere que vulcões desempenharam um papel importante na história geológica de Mercúrio.

A descoberta faz com que os cientistas repensem as teorias sobre como o planeta se formou e o que aconteceu a ele nos últimos 4 bilhões de anos. A origem do planeta, especulam os cientistas, pode ter sido com materiais diferentes dos de Vênus, Terra e Marte.

Quanto à topografia, as altitudes medidas variam em mais de nove quilômetros.

A Messenger captou ainda a emissão de partículas energia na magnetosfera de Mercúrio, que lembra a da Terra.

Superfície de Mercúrio em foto feita pela Messenger (Foto: Messenger / NASA)

"Nossa missão ainda vai durar mais três anos de Mercúrio [pouco menos de nove meses da Terra], e ainda podemos esperar mais surpresas, à medida que o planeta mais central do Sistema Solar revela segredos guardados há muito tempo", disse Sean Solomon, do Instituto Carnegie, em Washington, chefe das pesquisas do projeto.

"É quase um planeta novo. Nunca tivemos este tipo de dado antes", disse Solomon.

A descoberta faz com que os cientistas repensem as teorias sobre como o planeta se formou e o que aconteceu a ele nos últimos 4 bilhões de anos. A origem do planeta, especulam os cientistas, pode ter sido com materiais diferentes dos de Vênus, Terra e Marte.

Cratera em Mercúrio (Foto: Messenger / NASA)