Missão é a primeira focada na atmosfera do planeta; objetivo e entender mecanismo de fuga atmosférica. Fase científica deve começar em seis semanas.

A sonda não tripulada Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN), da NASA, entrou na órbita de Marte às 11h24 de Brasília neste domingo (21/09/2014) e agora se prepara para estudar a atmosfera superior do planeta como nunca feito. Trata-se da primeira espaçonave dedicada a explorar a tênue atmosfera superior marciana.

“Como o primeiro orbitador dedicado a estudar a atmosfera superior de Marte, a MAVEN melhorará muito nosso entendimento da história da atmosfera marciana, como o clima mudou com o tempo e como isso influenciou a evolução da superfície e da habitabilidade potencial do planeta”, disse o administrador da NASA Charles Bolden. “Também informará melhor uma missão futura a enviar humanos ao Planeta Vermelho na década de 2030.”

Ilustração da MAVEN em órbita de Marte (Crédito: LASP)
Ilustração da MAVEN em órbita de Marte (Crédito: LASP)

Depois de uma viagem de 10 meses, a confirmação da entrada bem sucedida em órbita foi recebida de dados da MAVEN observados no centro de operações da Lockheed Martin em Littleton, Colorado, e em dados de rastreamento monitorados nas instalações de navegação do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, em Pasadena, Califórnia. Os dados de telemetria e de rastreamento foram recebidos pela estação de antenas da Deep Space Network, da NASA, em Camberra, Austrália.

“A NASA possui uma longa história de descoberta científica em Marte e a chegada segura da MAVEN abre outro capítulo”, disse John Grunsfield, astronauta e administrador associado do Science Mission Directorate, da NASA, no QG da agência, em Washington, DC. “A MAVEN complementará outros exploradores marcianos robóticos da NASA – e aqueles de nossos parceiros ao redor do globo – para responder algumas questões fundamentais sobre Marte e vida além da Terra.”

A missão primária inclui cindo “mergulhos” nos quais o periápice – o ponto mais baixo da órbita – da sonda será reduzido de 150 para 125 km. Estas medidas fornecerão informações sobre o encontro as atmosferas alta e baixa, dando aos cientistas um perfil completo da camada superior.

Após uma fase de comissionamento de seis semanas que inclui manobrar a nave à sua órbita final e testar os instrumentos e comandos de mapeamento científico, a MAVEN iniciará sua missão primária de um ano medindo composição, estrutura e fuga de gases na atmosfera superior marciana e sua interação com o vento solar.

“Levou 11 anos desde o conceito original para a MAVEN e agora ter a espaçonave em órbita em Marte, disse Bruce Jakosky, investigador principal no Laboratory for Atmospheric and Space Physics (LASP), da University of Colorado, em Boulder. “Estou feliz em estar aqui seguro e com sucesso e ancioso para começar nossa missão científica.

MAVEN com os paines solares estendidos durante montagem (Crédito: Pat Corkery)
MAVEN com os paines solares estendidos durante montagem (Crédito: Pat Corkery)

“Este foi um dia muito grande para a MAVEN”, disse David Mitchell, gerente de projeto da MAVEN no Goddard Space Flight Center (GSFC), da NASA, em Greenbelt, Maryland. “Estamos muito animados em nos unir à constelação de espaçonaves em órbita em Marte e na superfície do Planeta Vermelho. A fase de comissionamento manterá a equipe de operações ocupada pelas próximas seis semanas e então começaremos, por fim, a face científica da missão. Parabéns à equipe por um trabalho bem feito hoje.”

A sonda foi lançada em 18 de novembro de 2013, da Cape Canaveral Air Force Station, na Flórida, carregando três pacotes de instrumentos. O Particles and Fields Package, construído pela University of California em Berkely com apoio do LASP e do GSFC, contém seis instrumentos que caracterizarão o vento solar e a ionosfera marciana. O Remote Sensing Package, feito pelo LASP, identificará características presentes na atmosfera superior e na ionosfera. O Neutral Gas and Ion Mass Spectrometer, fornecido pelo GSFC, medirá a composição e os isótopos de partículas atômicas.

O principal investigador da MAVEN está baseado no LASP. A University of Colorado forneceu dois instrumentos científicos e lidera as operações científicas, assim como educação e contato com o público sobre a missão. O Space Sciences Laboratory, da University of California em Berkeley, forneceu quatro instrumentos. O GSFC gerencia o projeto. A Lockheed Martin construiu a espaçonave e é responsável pelas operações da missão. O Jet Propulsion Laboratory, da NASA, fornece navegação, apoio da Deep Space Network, equipamento de telecomunicações Electra e operações.

Saiba mais sobre a missão no arquivo do BdA.