Novas informações confirmam rumores de fevereiro. Arma violaria tratados internacionais sobre espaço sideral e armas de destruição em massa.

Em fevereiro, a comissão permanente de inteligência do Congresso dos EUA emitiu um alerta de segurança nacional e pediu ao presidente Joe Biden para quebrar o sigilo sobre o assunto. Rapidamente, correram rumores sobre planos russos de uma nova arma nuclear antissatélite (ASAT).

Agora, o Departamento de Defesa (DoD) confirmou sua convicção nesses planos. No sábado, pela primeira vez, uma autoridade do DoD disse que existe foco especial no desenvolvimento de satélites específicos que, segundo Moscou, visam testar a eletrônica.

“Os EUA têm conhecimento da procura deste tipo de capacidade por parte da Rússia há anos, mas só recentemente conseguimos fazer uma avaliação mais precisa do seu progresso”, disse Mallory Stewart, secretária adjunta do Birô de Controle de Armas, Dissuasão e Estabilidade, ao Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

“A Rússia afirmou publicamente que seu satélite é para fins científicos. Porém, a órbita está numa região não utilizada por nenhuma outra nave espacial – o que por si só era um tanto incomum. E a órbita está em uma região de radiação mais alta do que as órbitas inferiores normais da Terra, mas não é um ambiente de radiação alto o suficiente para permitir testes acelerados de eletrônicos, como a Rússia descreveu o propósito.”

Stewart fez questão de garantir que “não é uma capacidade ativa que já tenha sido implementada. Embora a busca desta capacidade pela Rússia seja profundamente preocupante, não há ameaça iminente”. Ela não informou estimativas de quando Moscou seria capas de implementar essa capacidade.

Em 24 de abril, a Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para reafirmar a proibição de armas de destruição em massa no espaço, elaborada pelos EUA e o Japão, no âmbito do Tratado do Espaço Sideral de 1967. A resolução nipo-americana foi a primeira vez que a questão da segurança do espaço foi apresentada ao Conselho.

No dia seguinte, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, confirmou a crença de que a Rússia está buscando um ASAT nuclear e levantou questões sobre a justificativa de Moscou para seu veto.

Na quarta-feira, John Plumb, secretário adjunto de Defesa para Política Espacial, em depoimento escrito ao Comitê de Serviços Armados da Câmara (HSAC), foi além. “Esta capacidade pode representar uma ameaça para todos os satélites operados por países e empresas em todo o mundo, bem como para os serviços vitais de comunicações, científicos, meteorológicos, agrícolas, comerciais e de segurança nacional dos quais todos dependemos.”

Depois, Stewart reforçou as declarações de Plumb: embora os efeitos de uma explosão nuclear no espaço dependessem de uma série de fatores, como a órbita e a potência da bomba, poderia haver danos de longa data aos bens espaciais comuns. “Nossos analistas avaliam que a detonação […] tornaria a órbita baixa da Terra inutilizável por certo período de tempo”, disse ela ao CSIS.

Segundo ela, o governo dos EUA continua fazendo pressão sobre isso na ONU e em outros fóruns internacionais e o veto russo será debatido na Assembleia Geral da ONU amanhã, dia 6.

Teste nuclear Starfish Prime, realizado na estação Maui, no Havaí, em 9 de julho de 1962 (Los Alamos National Laboratory)

Armas nucleares foram detonadas no espaço pela União Soviética e pelos EUA na Guerra Fria. A maior uma bomba de 1,45 megaton detonada pelo EUA em 9 de julho de 1962 no experimento Starfish Prime, cerca de 450 km acima do nível do mar. A explosão criou um pulso eletromagnético e cinturões de radiação que inutilizaram 8 dos 24 satélites então em órbita, incluindo um do Reino Unido.

Em fevereiro, quando foi feito o alerta pelo Congresso e correram os primeiros rumores postei no Instagram. Atualmente, pretendo retomar postagens aqui no blog sobre notícias, destinando a rede social para curiosidades e posts reduzidos sobre as notícias do blog. Acompanhe ambos para saber mais!