Empresa fez a primeira alunissagem privada da história em fevereiro, mas nave tombou ao pousar. Executivo apresentou mudanças adotadas com experiências da primeira missão e planos além da segunda.

A empresa Intuitive Machines afirmou ter identificado várias mudanças que fará em seu módulo de pouso lunar Nova-C para sua segunda missão, a ser realizada ainda esse ano.

Em uma apresentação no dia 14, Steve Altemus, chefe executivo da IM, disse que a empresa atualizará os sistemas de comunicação, rastreamento e aterrissagem com base nas lições da missão IM-1, que alunissou tombando em fevereiro.

Na IM-1, não foi possível desativar um interruptor de segurança em um telêmetro a laser do Nova-C antes do lançamento. Isso impediu que ele fosse usado como pretendido durante o pouso. Logo após a alunissagem, executivos da empresa disseram que acreditavam que o pouso teria sido totalmente bem-sucedido se os telêmetros estivessem funcionando.

As atualizações apresentadas essa semana são baseadas em uma análise interna do desempenho da missão. “A análise resultou em avanços de software e hardware que, acreditamos, expandem nossa capacidade técnica de rastrear nosso veículo com precisão no espaço e pousar com uma precisão 20 vezes maior em nossa próxima missão”, disse Altemus.

Outras mudanças, segundo ele, envolvem “ajustes técnicos” nas comunicações com o módulo de pouso e na determinação da órbita. Isso inclui a alteração da configuração das antenas do Nova-C para melhorar a largura de banda e a continuidade das comunicações. Essas alterações serão incorporadas à IM-2, a segunda missão do Nova-C.

“Os aprimoramentos técnicos para a IM-2 são recursos verticalmente integrados dentro da empresa que podemos realizar com pouco ou nenhum impacto em nossa data de lançamento prevista para o quarto trimestre de 2024 ou exigir qualquer investimento de capital adicional enquanto continuamos a montagem do veículo de voo.” Ele não entrou em detalhes sobre essas mudanças, mas mencionou “processos mais robustos de teste e verificação”.

Image divulgada pela Intuitive Machines em 28 de fevereiro de 2024 mostrando o momento da alunissagem da missão IM-1, seis dias antes; note a perna de trem de pouso danificada pela velocidade acima do planejado no toque com a superfície (Intuitive Machines)

A empresa também está trabalhando em um terceiro módulo de pouso, para a missão IM-3, que planeja lançar em 2025. As três missões têm a NASA como cliente âncora por meio do programa de Serviços de Cargas Úteis Comerciais Lunares (Commercial Lunar Payload Services, CLPS) da agência.

Planejamento Com uma lacuna nas missões do programa após a IM-3, Altemus disse que a empresa está planejando realizar uma missão totalmente comercial. “Assinamos contratos com várias cargas úteis que estamos agregando e mantendo”, disse ele, com o suficiente para permitir que a empresa prossiga com uma missão comercial à medida que continua a registrar clientes para ela.

A realização da missão, segundo ele, também permitiria que a empresa mantivesse uma cadência de missões de pouso lunar entre a IM-3 e a próxima (possível) missão CLPS. Essa missão deverá ser concedida pela NASA no final deste trimestre e lançada em 2027.

A Intuitive Machines destacou outros caminhos para o crescimento, como a conquista de um dos três contratos de estudo do programa de Serviços de Veículos de Terreno Lunar (Lunar Terrain Vehicle Services) da NASA em abril. Esse é um passo rumo a um prêmio muito maior: desenvolver um rover lunar para missões Artemis no futuro.

Além disso, a empresa também está aguardando um possível prêmio da NASA para seu programa de Serviços de Rede de Espaço Próximo (Near Space Network Services), no qual a agência governamental adquirirá serviços de comunicação para missões na Lua e ao redor dela.

Altemus acrescentou que a empresa planeja enviar uma proposta à NASA para estudos do setor para um plano revisado de retorno de amostras de Marte. O objetivo desse plano será trazer de volta amostras armazenadas pelo rover Perseverance de forma mais rápida e menos dispendiosa do que o plano básico da própria NASA.

“A Intuitive Machines abordou a agência e pretende fornecer um conjunto de soluções com base em uma arquitetura de tecnologia que estamos desenvolvendo para o retorno de material lunar”, disse ele, sem entrar em detalhes.