Estranhos objetos perseguiam aviões durante a II Guerra; relatos são feitos até hoje. Seriam armas nazistas… ou outra coisa?

Olá! Como vai? De férias? Não terei férias plenas neste inverno, mas tive tempo de preparar este post. Espero que goste!

Hoje, dia mundial do rock – este estilo musical ímpar –, falaremos sobre os foo fighters! Não, não se trata da banda (que faz um som bom, por sinal), mas sim de estranhos fenômenos aéreos luminosos muito comuns durante a II Guerra Mundial. (Hoje é sexta-feira 13.) Embora o ápice de avistamentos tenha sido no início dos anos 1940, relatos de situações semelhantes são feitos até hoje.

O termo foo fighter foi usado por pilotos aliados para descrever os estranhos objetos luminosos que viam nos céus europeus e do Oceano Pacífico. Na verdade, qualquer avistamento de OVNI na época era chamado assim, mas os primeiros a nomearem as estranhas luzes foram os militares estadunidenses.

Foo fighters: misteriosos objetos perseguiam aviões durante a II Guerra

As testemunhas frequentemente presumiam que os foo fighters – formalmente relatados a partir de novembro de 1944 – eram armas secretas inimigas. Em alguns casos, havia interferência nos radares durante os avistamentos. Porém, permaneceram não identificadas após o fim da guerra e continuaram a ser vistos por ambos os lados. A maior parte da informação obtida acerca do fenômeno nunca foi revelada pelos militares.

Personagem Smokey Stover, de Bill Holman; Stover usava a expressão "foo"Foo! A expressão "foo fighter" pode ser traduzida como caça foo. A palavra sem sentido "foo" surgiu na cultura popular no início dos anos 1930. O cartunista Bill Holman a usou em sinais e trocadilhos nas tiras do personagem bombeiro Smokey Stover publicadas diariamente no jornal Chicago Tribune. Holman declarou ter visto a expressão na parte inferior de uma estatueta chinesa. O bordão de Stover era "Onde há foo, há fogo" ("Where there’s a foo, there’s fire") e "foo" provavelmente veio da palavra francesa para fogo, feu. No caso ilustrado na imagem ao lado "foo fighter" equivale a firefighter, bombeiro. "Foo" era usada por militares na II Guerra e acredita-se que está relacionada a gírias acrônimas militares em inglês.

Em 1944, Donald J. Meiers, operador de radar do 415º Esquadrão de Caça Noturna (415th Night Fighter Squadron) ,baseado em Dijon, na França, usou a expressão de Smokey Stover para referir-se a um ponto duvidoso no scope. Meiers era de Chicago e um assíduo leitor da tira de Holman.

Na noite de 23 de novembro, uma equipe do esquadrão realizava uma missão de combate e reconhecimento sobre a área de Rim, ao norte de Estrasburgo. Com Meiers, estava o piloto tenente Ed Schlueter e o tenente Fred Ringwald como observador. Num momento, Ringwald surpreendeu-se ao notar que algumas estrelas estavam se aproximando da aeronave e se transformando em esfera laranjas luminosas. Eram de oito a dez objetos em altíssima velocidade. Elas desapareceram e, em seguida, reapareceram distantes. Minutos depois, sumiram definitivamente.

Posteriormente, num relato de missão, Ringwald, Oficial de Inteligência S-2 da unidade, afirmou que Meiers e Schleuter avistaram uma bola de fogo que parecia perseguí-los em várias manobras em alta velocidade. Ringwald disse que Meiers estava muito agitado e tinha uma tira dos quadrinhos dobrada no bolso de trás. Ele a tirou, a bateu na mesa de Ringwald, disse "Foi mais um desses malditos foo fighters!" e saiu enfurecido da sala.

Porém, em um documentário do Channel 4 exibido em 3 de junho de 2011, o repórter Nick Cook mostrou um relato de um piloto da Real Força Aérea (Royal Air Force, RAF) presente nos arquivos da RAF de um incidente envolvendo uma bola vermelha de fogo semelhante em uma missão de bombardeio na Alemanha. O fato deste relato ser de 1942 e a expressão passar a ser usada em 44 levanta dúvidas sobre a origem do termo.

Segundo Ringwald, a expressão pegou por falta de termo melhor. Os militares do esquadrão começaram a chamar os incidentes de "malditos foo fighters" ("fuckin’ foo fighters"). Em dezembro de 1944, Bob Wilson, correspondente da Associated Press em Paris, foi enviado à base da unidade para investigar o caso. Ele limpou o termo, deixando apenas "foo fighters". O Capitão Harold Augsperger, comandante da unidade, também decidiu encurtá-lo nos dados históricos da unidade.

Estranho objeto fotografado próximo a aviões em voo durante a II Guerra

História  Os primeiros avistamentos ocorreram em novembro de 1944. Pilotos voando à noite sobre a Alemanha relataram ter visto objetos redondos brilhantes se movendo rapidamente e seguindo suas aeronaves. Os objetos eram descritos como flamejantes e brilhavam nas cores vermelha, branca ou laranja. Alguns pilotos disseram que se pareciam com luzes de árvores de Natal e pareciam brincar com as aeronaves fazendo curvas fortes antes de desaparecer. Os objetos voavam em formação com os aviões e se comportavam como se estivessem sob o controle de uma inteligência mas nunca demonstraram comportamento hostil. Eles não podiam ser despistados ou abatidos.

O fenômeno ganhou o nome de "bolas de fogo kraut" ("kraut fireballs") no Teatro Europeu de Operações (European Theater of Operations), em referência aos alemães, mas a maioria continuou chamando-as de "foo fighters". Os militares levavam os relatos muito a sério, suspeitando tratar-se de uma nova arma alemã. Investigações posteriores revelaram que os pilotos alemães e japoneses faziam relatos semelhantes.

A edição de 15 de janeiro de 1945 da revista Time trazia uma matéria com o título "Foo-Fighter". Nela, lia-se que "bolas de fogo" estavam perseguindo caças estadunidenses à noite há mais de um mês e os pilotos as apelidaram de "foo-fighter". Segundo a matéria, as descrições do fenômeno variavam, mas os pilotos concordavam que as luzes seguiam os aviões de perto e a altas velocidades. Na época, alguns cientistas explicavam os avistamentos com uma ilusão provavelmente causadas por imagens consecutivas de uma luz ofuscante causada por disparos de artilharia antiaérea. Outros defendiam a teoria do fogo de santelmo – uma descara elétrica luminescente provocada pela ionização do ar num campo elétrico forte, um plasma criado por uma enorme diferença de potencial elétrico na atmosfera.Foo fighters na Itália em 1945

Os fenômenos relatados no Teatro Pacífico de Operações (Pacific Theater of Operations) se diferenciavam um pouco dos foo fighters europeus: as "bolas de fogo" se pareciam com grandes esferas queimando que "apenas suspensa no céu", embora tivesse seguido aviões algumas vezes. Em um episódio, o artilheiro de um B-29 conseguiu atingir um dos objetos, fazendo-o se quebrar em vários pedaços grandes que caíram em prédios incendiando-os. Sobre a Europa, não há relatos de aeronaves sendo atacadas por foo fighters.

O Painel Robertson – comitê científico reunido nos anos 1950 pelo governo estadunidense para pesquisar OVNIs – mencionou relatos de foo fighters notando que seu comportamento não parecia ser uma ameaça e citou explicações possíveis: fenômenos eletrostáticos como o fogo de santelmo, fenômenos eletromagnéticos, reflexos de luz em cristais de gelo, etc. O painel também sugeriu que "Se o termo ‘discos voadores’ fosse popular em 1943-1945, estes objetos teriam sido rotulados assim".

Casos  Foram vários relatos em vários lugares do mundo. Vejamos alguns deles.

Setembro de 1941, Oceano Índico. Do deck do S.S. Pułaski, uma embarcação mercante polonesa transportando tropas britânicas, dois marujos relataram um "estranho globo brilhando com uma luz verde, com cerca de metade do tamanho que a lua cheia aparece para nós". Eles avisaram um oficial britânico que assistiu aos movimentos do objeto com eles por mais de uma hora.

O episódio conhecido como Batalha de Los Angeles pode ser listado como ocorrência de foo fighter. Na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1942 (quase três meses após o ataque a Pearl Harbour, no Havaí), um objeto não identificado foi alvejado no sul da Califórnia. Ao acordar com as sirenes e disparos, toda a população da região olhou para cima e viu uma estranha aeronave sob a mira dos holofotes. Foram disparados mais de 2 mil projéteis explosivos, com 5 kg cada, que caíram de volta na cidade– matando seis pessoas. Apesar do ataques, o OVNI não revidou e foi em direção a Long Beach até ser perdido de vista. Sem certeza da origem da aeronave, o governo presume que fosse japonesa. No dia seguinte, os militares  também afirmaram publicamente que o objeto era um balão meteorológico. Será? Mesmo sendo alvejada, a aeronave não pareceu ser danificada ou mudar seu padrão de voo para evitar ser atingida.

Até hoje, todos os anos, acontece um evento que reconstitui os acontecimentos daquela noite em Los Angeles. O fato até inspirou o filme "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles" ("Battle: LA", Jonathan Liebesman, Paramount, 2011), com Aaron Eckhart, Michelle Rodriguez e Bridget Moynahan. No filme, extraterrestres iniciam um ataque em massa à Terra e os militares do sul da Califórnia tentam defender a região.

Batalha de LA: foto publicada em 26/02/1942 no LA Times mostrando misterioso objeto e explosões ao seu redor

Um dos primeiros relatórios estadunidenses sobre o fenômeno, datado de outubro de 1943, afirma que B-17s em missão de bombardeio foram aproximados repentinamente por dúzias de pequenos discos prateados sobre Schweinfurt, Alemanha. Os objetos tinham cerca de 2,5 cm de espessura e 10 cm de diâmetro. Um dos tripulantes de um dos bombardeiros viu um dos objetos atingir a cauda de uma das aeronaves, mas nenhum efeito foi provocado no avião.

Charles R. Bastien, da Força Aérea estadunidense teve um encontro com foo fighters sobre a região da Holanda e Bélgica. Ele os descreveu como "duas luzes obscuras em altas taxas de velocidade que podiam mudar de direção rapidamente". Ao se relatar após a missão, seu oficial de inteligência lhe disse que dois pilotos da RAF em voo noturno reportaram o mesmo. Posteriormente, foi publicado em jornais britânicos.

Por volta das 21h de uma noite de setembro de 1944, em Antuérpia, Bélgica, um soldado canadense observou uma esfera luminosa no céu indo em direção da fronteira. Ele estimou que o objeto não deveria ter mais que um metro de diâmetro e parecia ser feita de vidro fumê. A esfera emitia uma forte luz que parecia vir de seu interior. Nenhum som foi ouvido. Menos de um minuto depois, outras cinco esferas aparentemente iguais foram avistadas pelo soldado na mesma rota.

Em 27 de novembro de 1944, nos ares próximos a Speyer, às margens do rio Reno, Alemanha, os estadunidenses Henry Giblin e Walter Cleary, viram uma bola de luz. O objeto estava a cerca de 400 km/h e a cerca de 500 metros acima do avião. Decidiram perseguí-lo e informaram a estação de radar no solo sobre o fenômeno, que afirmou não estar detectando nada. O radar da aeronave começou a apresentar problemas, levando-os a abortar a missão e a retornar à base

Estranhos objetos fotografados próximos a aeronaves militares na II Guerra

Como já comentamos, os foo fighters não eram presenciados apenas sobre a Europa. O fenômeno foi registrado também no Extremo Oriente, sobre o Japão e sobre a Lagoa de Truk. Há relatos de avistamentos pelas tripulações dos bombardeiros B-29 sobre o Arquipélago Nipon.

No dia 12 de agosto de 1942, o sargento Stephen Brickner, da Primeira Divisão da Marinha, estava voando em formação sobre a ilha de Tulagi, ao sul das Ilhas Salomão. Por volta das 10h horas, uma formação de pelo menos 150 foo fighters voavam a uma altura incrível, bem acima das nuvens e sobre a esquadrilha. Brickner achou muito difícil serem máquinas japonesas ou alemãs. Não houve confronto, até porque seria impossível atingí-los pela enorme altitude em que se encontravam. Eles pareciam ser esféricos, de cor cinza metálico e giravam em torno de seu próprio eixo.

O piloto de carreira da USAF Duane Adams frequentemente relatava que havia testemunhado duas ocorrências de uma luz brilhante que voou junto à sua aeronave por cerca de uma hora antes de ascender rapidamente ao céu. Os dois episódios foram noturnos, sobre o sul do Pacífico e contaram com o testemunho de toda a tripulação. O primeiro foi pouco depois da I Guerra com um bombardeiro B-25. O segundo ocorreu no início dos anos 1960 com um avião-tanque KC-135.

Apenas os estadunidenses fizeram mais de 300 relatos de foo fighters na época da guerra.

Para melhor ilustrar os avistamentos de foo fighters, abaixo está um episódio da série "Desaparecimentos" ("Vanishings"), do History Channel. O documentário também aborda brevemente o famoso avistamento de Kenneth Arnold – que marcou o início da chamada Era Moderna da ufologia – e o caso Roswell, ocorridos em 1947.

Primeira parte do episódio “Foo Fighters” da série “Desaparecimentos”, do History Channel.
Segunda parte do episódio “Foo Fighters” da série “Desaparecimentos”, do History Channel.

Eu também não poderia deixar faltar um vídeo famoso entre os ufólogos: o supersônico francês aposentado Concorde sendo seguido por um estranho objeto em 1989 sobre a França.

Concorde é seguido por OVNI em 1989 sobre a França

Teorias  Há várias teorias tentando explicar o fenômeno. Ufologicamente, foo fighters poderiam ser sondas – pequenos aparelhos não tripulados controlados ou programados por uma inteligência de outro ugar do Universo.

Teorias muito aceitas na comunidade científica são as de fenômenos naturais. Uma delas, muito presente nas literaturas sobre o assunto, é o já mencionado fogo de santelmo. Foi assim que os foo fighters foram explicados por Howard W. Blakes, editor científico da Associated Press, numa entrevista no rádio em 1º de janeiro de 1945. Luzes naturais são produzidas por indução eletrostática das asas e extremidades dos aviões. Segundo Blakes, como não são objetos materiais, não podem aparecer nos monitores dos radares, como afirmado nos relatórios militares.

Outra teoria um pouco semelhante é a de raios bola: descargas elétricas luminosas esféricas. A ciência ainda não compreende este fenômeno natural em sua totalidade, mas sabe-se que ocorre na atmosfera, desprendendo-se de uma nuvem e atinge o solo, onde permanece por pouquíssimos instantes antes de sumir.

Trecho de documentário do National Geographic Channel abordando raios bola

Em abril de 1945, a Marinha estadunidense (United States Navy, USN) iniciou experimentos sobre ilusões visuais em aviadores durante a noite. O trabalho deu inicio ao projeto X-148-AV-4-3 do Birô de Medicina (Bureau of Medicine, BUMED), que foi pioneiro no estudo de vertigens de aviadores e foi iniciado… Vejam só! Foi iniciado por conta de estranhos eventos relatados por aviadores à noite. O principal psicólogo de voo do projeto, Dr. Edgar Vinacke, resumiu a necessidade de um esboço coesivo e sistêmico da epidemiologia da vertigem de aviador no artigo "The Concept of Aviators’ ‘Vertigo’" publicado em 8 de maio de 1946 na Escola Naval de Medicina de Aviação dos Estados Unidos (U.S. Naval School of Aviation Medicine).

"Pilotos não possuem informação suficiente sobre o fenômeno da desorientação e, como corolário, lhes são dadas informações consideravelmente desorganizadas, incompletas e imprecisas. Eles são amplamente dependentes de sua própria experiência, que deve suplementar e interpretar as tradições sobre ‘vertigem’ que lhes são passadas. Quando um conceito provém de anedotas consolidadas a necessidades práticas,compele-se à aquisição de elementos de mistério. Até o momento em que diz respeito a ‘vertigem’, ninguém sabe realmente conhece a maior parte do fatos, mas sim uma grande dose de perigo. Uma vez que aviadores não são habilidosos observadores do comportamento humano, eles usualmente possuem o mais vago entendimento dos próprios sentimentos. Como outras pessoas ingênuas, portanto, eles simplesmente adotaram um termo para cobrir uma multidão de eventos inexplicáveis de outra forma."

(Comentário pessoal: É impressão minha ou fica aparente uma certa opinião do autor sobre aviadores? Só teríamos certeza disso ouvindo o tom de voz dele… Aliás, ele deveria saber que eu iria traduzir suas palavras, pois escolheu as de tradução mais difícil!)

Estranhas luzes voando em formação com caça estadunidense durante a II Guerra

Nazistas O autor Renato Vesco, engenheiro aeronáutico e escritor alemão, trouxe de volta a teoria da época da guerra de que os foo fighters eram uma nova arma secreta nazista em seu trabalho "Intercept UFO", reimpresso  em 1994 em uma edição revisada como "Man-Made UFOs: 50 Years Of Suppression" ("OVNIs feitos pelo homem: 50 anos de supressão"). Ele alega que os foo fighters eram minas aéreas lançadas do chão e guiadas automaticamente com propulsão a jato chamadas Feuerball (bola de fogo).

O dispositivo, operado por unidades especiais da SS, tinha forma parecida com o escudo de uma tartaruga e voava com jatos de gás que giravam como uma roda de catarina (fogo de artifício em espiral) ao redor da fuselagem. Tubos klystron em miniatura dentro do dispositivo, combinados a jatos de gás, criava a aparência de esfera brilhante. Um sistema de radar anti-colisão grosseiro assegurava que ele não iria se chocar com outro objeto no ar. Mecanismos em seu interior até o instruiriam a partir prontamente se fosse alvejado.

Para Vesco, a Feuerball tinha dois objetivos. Sua aparência estranha na proximidade de um bombardeiro teria um efeito distrativo e disruptivo nos pilotos. Além disso, os objetos também teriam uma capacidade ofensiva: descargas eletrostáticas dos tubos de klystron interfeririam nos sistemas de ignição dos motores dos bombardeiros, fazendo com que os aviões caíssem – o que nunca aconteceu.

Para outros autores, talvez os objetos fossem feitos apenas para atordoar os pilotos.

Embora não haja evidências concretas a favor da Feuerball, a teoria é levada a sério por outros autores e chega a ser apontada com a explicação mais provável em recentes documentários televisivos sobre as armas secretas nazistas.

Esta teoria levanta outras perguntas. Por exemplo, como os pilotos alemães também estariam relatando fenômenos estranhos? Será que a Feuerball era tão secreta que nem eles teriam conhecimento? Ou seriam os relatos falsos? Se o serviço de inteligência inimigo os descobrisse, dificilmente acreditaria que os nazistas estavam por trás do fenômeno. E seria tal máquina responsável por todos os avistamentos – que continuaram após o fim da guerra?

Os foo fighters também preocupavam a Luftwaffe (força aérea nazista). Os alemães teriam visto os foo fighters pela primeira vez em 1943, quando relatórios começaram a chegar ao Estado Maior Superior do Exército do Ar da Alemanha. No ano seguinte, foi criada pelo alto comando militar a Base Especial Nº 13 (Sonder Büro Nr. 13), um programa secreto de investigações formado por oficiais de aviação, engenheiros aeronáuticos e conselheiros científicos. Oculto sobre o nome de Operação Urano, tinha o objetivo de coletar, avaliar e estudar os relatos de observações dos pilotos sobre estranhos objetos que apareciam voando próximo aos aviões alemães.

Teriam os nazistas o esforço de forjar tudo isso para parecer que eles não eram responsáveis pelos avistamentos se alguém descobrisse?

Famosa fotografia mostrando foo fighters durante a II Guerra

Massey  Os aliados também tentavam solucionar o enigma dos foo fighters. Para isso, criaram o Projeto Massey em 1943. Dirigido pelo tenente general Massey, o programa apurou, após um inquérito preliminar, que as luzes que circulavam no meio dos bombardeiros eram flashes provocados para desorientar e assustar os pilotos – uma arma psicológica nazista.

Um ex-oficial da USAF – que, na época, preferiu manter-se no anonimato por ainda estar na USAF – fez uma declaração à revista nova-iorquina American Legion Magazine. Para ele, os foo fighters, provavelmente eram uma arma psicológica nazista.

"Durante as missões noturnas sobre a Alemanha ocidental, eu avistei por várias vezes discos ou globos luminosos que perseguiam as formações aéreas. Como se sabe, os caças noturnos alemães tinham potentes faróis colocados na proa ou nos cubos das hélices… faróis que tinham a finalidade de apontar para o alvo, para enquadrá-lo melhor, e também para ofuscar as metralhadoras das torres de comando dos bombardeiros inimigos. E esses faróis resultavam em frequentes alarmes que provocavam uma continua tensão nervosa nas tripulações de nossos aviões, baixando o rendimento das suas ações. E no último ano de guerra, os alemães enviaram contra nós um certo número de corpos luminosos aéreos radio-comandados para perturbar o dispositivo de ascensão dos motores e o funcionamento do radar de bordo."

Esta é uma das raras fontes que indicava a certeza militar de que os foo fighters eram uma arma secreta alemã. Hoje, ressalto novamente, sabemos que os próprios alemães também eram incomodados pelo fenômeno e até criaram um projeto especial para lidar com o assunto.

Outros comentários de oficiais dos serviços de inteligência a American Legion sugeriam que os foo fighters eram aparelhos radio-controlados que os alemães enviavam para interferir nos radares aliados durante os bombardeamentos noturnos. Os militares realmente achavam isso ou tais declarações eram parte de uma iniciativa de contra-informação pública?

O Projeto Massey teve seus avanços. Um deles foi proporcionado por um agente duplo na Alemanha. O espião infiltrado entre os nazistas descobriu que os foo fighters não eram alemães pois os próprios nazistas cogitavam a possibilidade de serem dispositivos bélicos aliados. Em 1944, o Projeto Massey foi extinto pelos ingleses. O agente duplo inglês foi denunciado e executado pelos alemães na primavera daquele ano.

Entre tantas opiniões e fatos, a verdadeira fonte os foo fighters permanece um mistério. Por todo o mundo, pesquisadores de diferentes linhas continuam a tentar entender um dos maiores enigmas do Século XX. Que tal tentar ajudá-los?

Watch the skies! (E viva o rock!)

"O invisível e o inexistente se parecem muito."

– Delos B. McKown, autor

Eduardo Oliveira,

editor